PORQUE HOJE É SÁBADO - Manuel Paulo



Auto-retrato


"Muito poderia contar das minhas preferências, da minha solidão, do meu sincero apreço pela espécie humana, da minha persistência em usar pouco cabelo e bigodes excessivos. Mas, o meu maior "tédio" é ainda falar sobre a minha própria pessoa."

Murilo Rubião - Escritor Brasileiro - MG


Nestas primicias para as minhas anotações sobre o livro "Porque hoje é sábado" do autor lusófono Manuel Paulo Cunha, trago o apontamento das palavras de Murilo Rubião, escritor brasileiro, lotado em Minas Gerais a seu tempo, 1916 - 1991, pelo que apontam consonâncias entre a obra, questão deste Re_Comendo Livros, o autor Manuel Paulo Cunha e eu, leitor brasileiro, distante dele apenas pela métrica de um oceano... No caso o que nos separa é o atlântico, apenas colocando entre aspas na fala de Murilo Rubião a palavra tédio, que em meu caso, não reporta a meus leitores as sensações que sobressaem dentro de mim, quando em minhas falas, geralmente voltadas à obras alheias, falo bem mais de mim do que propriamente dos autores e das obras em foco narrativo.
Este é mais um dos casos em que a obra focalizada fala mais de mim, do que de quem a escreveu, pelo valor e mérito do seu autor, que com extrema destreza maneja as palavras, construindo sentidos, que vão muito além dos significados de suas palavras...
Manuel Paulo Cunha, neste "Porque é sábado", ao fazer alusão à memória, aos sentimentos, à importância das pessoas, enquanto seres humanos, e enquanto elementos de uma sociedade, cala fundo em mim...
A memória é tema fundamental nesta obra, no que resgata, no que valoriza, fatos passados, ao mesmo tempo que dá uma visão das origens do poeta, e das imagens poéticas presentes em seus versos, (uni) versos de sensibilidades profundas.
Nas páginas deste "Porque é sábado" os sentimentos são vários feixes de luz que adentrando no "quarto" "escuro" das memórias de eu lírico dos poemas, trazem luz, aclaramento, revelação, arejando e vivificando tanto o poeta, o leitor, pois com claras pinceladas de poesias estas páginas de "Porque é sábado" encanta e inebria!
Será, que este "Porque é sábado" não é ou seria um instante de descanso do autor, que diante de um momento de ócio, que muitos filósofos dizem necessário e de extrema importância, uma reflexão de si, um descortinar de caminhos trilhados, um expectar por caminhos futuros, por vir?
Será que este "Porque é sábado" não é um balanço de tudo o que já foi feito, um balanço e inventário sentimental das Fortunas que a vida longeva de Manuel Paulo Cunha propiciou?
Sendo um momento em que possivelmente o demiurgo descanse, é também o momento em que sua visão se levanta!
E que visão nos apresenta as poesias contidas neste belo volume de "Porque hoje é sábado", em capa dura, bem apresentado, com o entalhe de um esmerado artista?
Para mim a visão da gratidão pela raiz que fixa em terra boa, cresceu às alturas, pelos galhos que se encheram de bela ramagem, ramagem que cedeu lugar à belos frutos, muito doces por vezes, muito amargos por vezes, por não serem constituídos por coisas, mas por pessoas, com sentimentos e alma...
- Neste particular, ouso afirmar, almas com o brio lusitano,  que a despeito de si mesmas, tem a pujança de desbravar por nunca temer se aventurar, mesmo que sintam em si o tormento das saudades!
Assim este livro "Porque hoje é sábado", cala fundo em mim...
Pelo que nele está exposto, pelo que nele está escondido, pelo que dele se pode subentender!
Manuel Paulo Cunha, através da moldagem das palavras, da tessitura  de suas linhas (re) cria o meu próprio imaginário... E dá luz, uma nova luz, aos meus desejos mais profundos!
Pelas razões, pessoais, acima descritas, convido a todos que conheçam esta obra, e as demais de Manuel Paulo Cunha, tenho a certeza de que será uma experiência única!
E fazendo como minhas as suas aspirações enquanto escritor, nos irmana neste vasto mundo, cheio de oceanos, das letras!
E também preenche a minha sensibilidade de sonhos, de esperanças; sonho de que a minha própria produção poética, chegue ás paragens em que se encaminham as dele, e esperanças de que em algum momento deste caminho que trilhamos, distantes mas, juntos, as minhas sensibilizem um tanto quanto as deste poeta lusófono, Manuel Paulo Cunha, que se auto denomina apenas "Um vendedor de sonhos", mas creio pleno de Virtudes!
Mas, qual o valor de um sonho?
Para mim, como um epilogo possível desta anotação sobre a leitura deste tomo de Manuel Paulo Cunha, digo: Um sonho não tem preço, mas tem o valor que damos a ele...
Para um fim para a apresentação da obra apresentada nesta edição do recomendo livros, um alinhavo:
- Num sonho não sonhado, ou sonhado com alguns instantes em branco, a palavra deu-me asas, e estas amigos, e estes amigos brasileiros e estrangeiros, deram-me suas casas, e em suas casas pela sua fala, recebi bocados, doces e amargos de seus corações, vislumbrei imagens espargidas em suas mentes, por suas mentes e por um instante toquei com meus dedos aprendizes, as suas almas...
E tudo isso senti e pensei após a leitura de "Porque hoje é sábado" de Manuel Paulo Cunha!
E porque hoje é sábado, estas poucos linhas escrevi, pois assim às senti! 





Excerto de Auto-Retrato em PONTO FINAL 

Manuel Paulo Cunha

Sou vendedor de sonhos Sem mais. Tal qual sou. 
Um punhado de ilusões. 
Uma mão cheia de fantasia. 
Um balouçar entre o tédio e a alegria, entre o dever e a utopia, entre a farsa e a euforia. 
Com muito trambolhão à mistura e também alguma sabedoria. 


Serviço: 

Twitter: @poeta_manuel 
Site: https://www.manuelpaulo.com/

Comentários

Postar um comentário

Seja muito bem-vindo(a), a sua opinião é muito importante!