ALGUNS PASSARAM... POUCOS SE ETERNIZARAM - Oneida Maria Di Domênico






ALGUNS PASSARAM... POUCOS SE ETERNIZARAM - Oneida Maria Di Domênico




Tenho em mãos o livro "Alguns passaram... Poucos se eternizaram." de Oneida Maria Di Domênico,
natural de Campos Novos, Estado de Santa Catarina.
É um volume pequeno, fino, mas que traz em seu bojo muito do carinho, do respeito, sentidos pela autora, sobre diversos temas, fruto conforme suas palavras, "da semente que estava germinando, ano após ano, até que culmina com esta publicação, por sentir que já era o momento para levar adiante este projeto a muito sonhado."
Mesmo para um autor iniciante, nas páginas deste  "Alguns passaram... Poucos se eternizaram."não encontraremos odes ao umbigo, como salienta o prefaciador da obra Henrique Martins de Freitas, Presidente da Associação Canoense de Escritores, posto que Oneida domina bem o fazer poético, com sobriedade no texto, aliada à uma ironia sutil, com algumas tiradas filosóficas.
Oneida através de seu Eu lírico, apresenta sem pudores sentimentos profundos, relacionados a família, ao amado, aos amores mal acabados, e sobre desejos...
Nas páginas deste tomo encontraremos homenagens... Homenagens que apontam para pessoas e passagens vivênciadas que deixaram marcas indeléveis em seus sentidos.
Oneida é uma poetisa que valoriza o outro, a amizade, a cumplicidade, e assim seus poemas são ternos, são quentes em afeto e carinho, frutos de uma sensibilidade impar...
Mas, sem engano, é uma poesia que reflete uma pessoa amadurecida, consciente de si, e preocupada com os outros, numa comunhão intensa, e eficaz...
Oneida é a mulher que se enternece com a sua mocidade, que se completa com o outro, que se ressente de algumas ausências, e por isso se faz presente, através também de suas poesias.
Quando Oneida dá forma e corpo, através da palavra aos seus poemas, dá voz a muitos leitores e leitoras, pois fala o que sentimos, dá vez ao que desejamos, posto que nos irmana, enquanto seres que amam, desejam, sonham, sofrem, saudosos de si mesmos e de outros numa trajetória comum a todos em que alguns passaram e poucos se eternizaram...
Em nossas vidas, diante de nossos sentimentos, não é bem assim que acontece?
Um dos méritos desta poetisa é externizar tais sentimentos numa poética clara, sensível, e fluente! 
E Oneida vai mais longe...
Tem na coragem de sua poética indagar sobre suas/nossas fragilidades e se pergunta:

(...) Porque não tomo atitudes
que me levem a teu encontro
para te dizer tudo o que
sinto, sem orgulho, sem receio?

Numa poética que toca as linhas filosóficas de Nietzsche, podemos encontrar respostas para esta questão e outras... Sim, alguns passaram e poucos se eternizaram, inclusive nós mesmos, na ótica e sentimentos de outros, pois somos apenas seres humanos, e algumas coisas em nós e em nossas vidas, ultrapassam em muito as nossas limitações humanas...
Estão para além de nós!
Ainda bem, que através da poesia, desta vate Oneida, que se inicia na senda das letras, podemos nos libertar do que nos limita...
Podemos adentrar no mais profundo de nós, e alçar voos para além de nossas fronteiras!
Escafandro ou asas, a poesia de Oneida Maria Di Domênico é uma possibilidade de reencontro com nós mesmos, com aqueles que simplesmente passaram e com aqueles que se eternizaram em nossas histórias de vida, tão coletivas, quanto sós!
A vida é sempre uma procura por algo, e por alguém...
E as linhas poéticas de Oneida Maria Di Domênico deixam bem claro esta necessidade quando dizem sem meias palavras:

(...) Falta

Falta um pedaço.
Falta a metade.
Falta o começo.
Falta o meio.
Falta o fim.
Falta o chão.
Falta o céu.
Falta você. (...)

E assim, de procura em procura, que cada um faça a sua descoberta, até o momento que sua alma grite:
- Basta! Descobri o amor por ti e por mim...
Convido a todos para que conheçam a autora Oneida Maria Di Domênico e sua obra, posto que a mim ajudaram nesta vida tão humana, onde sei bem mais de mim e de meus ais...
O que me distingue de qualquer Super-Homem!
E nestes dias que correm, creio que não basta sabermos que somos, pouco importa que sejamos super em algo, mas antes de tudo, que tenhamos claro e certos, o que é afinal sermos homens...
A humanidade carece de clareza a certa de si mesma, e a poesia, pode ser foco de luz sob e sobre nós!
Seja muito bem-vinda, Oneida Maria Di Domênico, a sua poesia é necessária!





Serviço:

"Alguns passaram... Poucos se eternizaram."
Oneida Maria Di Domênico
(c) do autor
1° edição: 2004

Sobre a autora:

No tempo da edição deste volume, "Alguns passaram... Poucos se eternizaram." Oneida Maria Di Domênico é natural de Campos Novos, Estado de Santa Catarina.
Reside em Canoas desde 1972.
Colou Grau pela Universidade Luterana do Brasil, no curso de Direito, no ano de 1999.
É funcionária pública municipal e desempenha suas funções na Câmara Municipal de Canoas desde 1994.
Escreve desde 1980, sempre motivada por sentimentos de paixão, de amor, de amizade e de admiração.

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