CAMINHEIRO PRODÍGIO - Carlos Silva - Lançamento


CAMINHEIRO PRODÍGIO – Carlos Silva

Evoé temos poesia!

Fui chamado para deitar olhos sobre o livro “Caminheiro Prodígio” de Carlos Silva, e apresentá-lo a novos leitores...
Para atender a tão honrosa incumbência, fiz esquecer-me, por instantes, do que já vivi ao lado do autor, na tentativa de que este livro que ora apresento, pudesse mostrar-me algo de novo, e que esta obra que inaugura o meu dia, seja a um só tempo única e vivaz!
Assim, encontro-me diante de um autor pulsante, que cativa a cada instante de leitura, onde em suas páginas se apresenta maduro, calejado pelas andanças nas estradas da vida, calejado nos descaminhos dos sonhos desfeitos, mas que em nenhum momento perde a sua candura, o seu entusiasmo, e a sua fé!
- Fé em si mesmo, fé nos outros... Fé da pura e da singela!
Por fim, Carlos Silva nos trás um recorte de sua vasta produção literária, uma amostra de sua sensibilidade sempre à flor da pele, um facho de luz filtrados pelos seus olhos, que adentrando entre as brechas de nossa solidão, clareiam nossos ambientes, aquecem nossos corações, e avivam nossas almas. 
Este é o que o autor nos proporciona neste “Caminheiro Prodígio”!
E neste livro, em constante movimento, existe um transbordamento de sensações, um intercâmbio de pensamentos, onde a lírica dos poemas não se ausenta, onde a denúncia social não se esconde, onde a preocupação com o idioma se apresenta, onde o olhar não se fixa em tempos pretéritos, mas que se vale do presente como trampolim para um futuro que seja favorável para todos...
Caminhar é movimentar-se, é tocar e deixar-se tocar...
O prodígio deste caminheiro é o transitar entre realidades que coexistem, independente de qualquer coisa, por serem transversais umas às outras... 
Neste volume, Carlos Silva, valorizando sentimentos, valoriza a alma, o coração das pessoas, apontando e evidenciando a vida de seus companheiros de estrada, quando poeticamente diz o quê é, de onde veio, dá indícios de onde quer chegar, e para onde deveríamos ir enquanto comunidade e sociedade.
Com certeza, estar na esteira deste “Caminheiro Prodígio” de Carlos Silva, é encaminhar-se para o humano, para a comunhão, com a alegria e disposição daqueles que desde há muito tempo sabem valorizar a vida... -Valorizar cada instante dela, cada instante de escassez, cada instante de fartura!
Notem, peço que notem, que por detrás de uma aparente simplicidade, e de uma aparente gramática não formal, Carlos Silva, neste “Caminheiro Prodígio” nós traz toques de sagaz sabedoria, tipo aqueles toques  recebidos pela boca de nossos pais e avós...
O que não é estranho, dado que Carlos Silva é um ótimo cantor, poeta, contador de histórias, gente da gente, Carlos Silva é um de nós!
Em dado instante da leitura deste belo livro, o poeta Carlos Silva grita:
“Meu grito é um eco no oco do mundo” (...)
Será que não é por que as coisas estão estranhas? 
Como mostra o seu poema “Gramaticidade”, como mostra, por exemplo, a música “Estrangeirismo” de sua lavra com Sandra Regina, de outros tempos?
Assim, brincando com as palavras, vem este “Caminheiro Prodígio” de Carlos Silva enriquecer a nossa Literatura Brasileira, pelo que apresenta, pelo que antevê, pelo que valoriza e pelo que se lança a luta!
Carlos Silva nos fala em certo momento, num texto também intitulado "Gramaticidade”:

“Aos nobres e tão céleres praticantes da mais alta forma lingüística do falar.
Reconheço não haver em mim, ou nas minhas palavras, um lustro de boniteza lapidada pela escrita decorrente de muito saber.
Mas há uma simplicidade honesta com resquício de caráter em cada frase ali exposta, que trás como fotografia revelada, a nitidez das cores que fazem muitos olhos brilharem na forma contemplativa de ver e sentir toda carga de emoção e confiável autenticidade.
Eu não trago a vós a verbologia fina, escorreita, tão admirável e dita por tão cultos admiradores da mais refinada gramática.
Contudo, sinto-me feliz e privilegiado ao fazer-me entendido
por todos, e principalmente por aqueles que como eu, tem a sua (aos olhos dos outros) limitação comunicativa.
Entretanto, ao nosso modo, sigamos falando sem temer os maldosos olhares e risos amarelos, pois o que importa é que todos saibam que sabemos dizer o que queremos, mesmo que seja do nosso modo.
E pra findar, aqui deixo as minhas mais sinceras palavras de eterna gratidão e respeito.”

Será preciso mais do que isto, gratidão e respeito?

Como na vida, ninguém chega a lugar algum sozinho, estar frente a frente deste “Caminheiro Prodígio” é de grande ajuda...
Tanto para travar contato com os outros, quanto para ter uma nova perspectiva da vida, somada a oportunidade de fazer-se tocado por fina e natural poesia... 
“Caminheiro Prodígio” este novo livro de Carlos Silva, também tem a Virtude e a Fortuna de levar-nos para dentro de nós mesmos...
Afinal, não é este o mistério e o encantamento dos ótimos livros?
Assim, deixo aqui o meu convite para a leitura deste tomo...
E os meus votos de que Carlos Silva lançando mão de seus lindos poemas leve a mim, e a todos que nos acompanharem a outros estados de poesia!
Para mim, agora, só falta mesmo sentar-me diante de Carlos Silva, em seu tamborete, lá em Caldas de Cipó, na Bahia, ouvindo de viva-voz as suas poesias, e encantar-me, ao pé da conversa colher em suas melodias, acolhimento, e com um café coado na mão, diante de um fogão de lenha, a sua companhia! 

Carlos Silva... Avohai!

Enquanto Maria põe Sandra Regina a par de um tal feijão...


Edvaldo Rosa
Poeta e Escritor de São Paulo


Contate o autor:

Carlos Silva : +55 71 8147-9634


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