NÚCLEO DE LITERATURA E ARTES CASA DAS BEIRAS - Antonio Pereira e Mara Joaquim


 

Núcleo de Literatura e Artes Casa das Beiras – Antonio Pereira / Mara Joaquim

 

Este Re_Comendo_Livros trás o registro do lançamento da Antologia do Intercâmbio Cultural Brasil / Portugal, sob a coordenação de Antonio Pereira e Mara Joaquim, dentro do projeto Autores do Núcleo de Literatura e Artes Casa das Beiras, Rio de Janeiro 2021.

Esta Antologia é uma Coletânea Anual Comemorativa ao Dia da Comunidade Luso Brasileira, e foi lançada na 91ª Feira do Livro de Lisboa - Programação da Rede Sem Fronteiras, neste 07/09/2021.

A Casa das Beiras é um espaço de confraternização luso brasileira sediado no Rio de Janeiro.

Este volume reúne em suas 240 páginas, mais de noventa autores, que debruçados sobre os laços que unem Brasil e Portugal, trouxeram com suas letras, e sensibilidades, poemas, prosas, contos, crônicas, que compõem esta edição, além de muitas fotos ilustrativas e educacionais.

 

Os editores Antonio Pereira e Mara Joaquim assim apresentam a obra:

 

“Apresentamos a Antologia do Intercâmbio Cultural Brasil e Portugal editada pelo Núcleo de Literatura e Artes Plásticas da Casa das Beiras do Rio de Janeiro, contendo obras em verso, prosa e imagens, exaltando Brasil e Portugal e homenageando o Consulado Geral de Portugal e a Casa das Beiras de Lisboa.

Neste segundo livro, escrito por co-autores portugueses e brasileiros, alem daqueles de outras nacionalidades, fica evidente irmandade entre os povos lusófonos e, principalmente, o respeito e a admiração que nos une por inequívoca tradição.

A Casa das beiras exalta os co-autores que,serão considerados a partir desta edição “ Fundadores do Núcleo de Literatura e Artes Plásticas da Casa das Beiras – RJ”, e terão assim os seus nomes imortalizados.  

Comemoramos o terceiro ano de atividades, 2019/2021, com 138 participações, perfazendo o total de 352 páginas, nos volumes I e II, exaltando a amizade, a pujança, a maturidade da Cultura que entrelaça os povos lusófonos.”

O Sr. José Henrique Ramos da Silva, Presidente da Casa das Beiras do Rio de Janeiro, assim se manifesta:

 “Como Presidente da Casa das Beiras do Rio de Janeiro saúdo os co-autores que tornaram possível esta edição da Coletânea Brasil Portugal.

Somos os anfitriões que congregam e enaltecem a extrema importância da história de Brasil e Portugal.

Vocês são os co-autores que demonstram, através do idioma lusófono, quão sólida é a união de nossos povos.

Através dos textos grafados nesta Coletânea, certificamos que “O passado glorioso” que nos impulsionou até hoje, alicerça “ O futuro promissor” que sempre, haveremos de trilhar.

Que o solo sagrado de nossas Pátrias seja ambiente de paz e harmonia para a construção de um mundo justo e próspero.”

Da parte deste Re_ComendoLivros, saúdo a chegada desta obra, verdadeiro ponto de contato, entre pessoas e povos, que prezam a memória, a história, as artes, como meio de comunhão e irmandade.

 

Acompanhem a minha participação nesta edição, transcrita abaixo, presentes nas páginas 57 a 60:


PALAVRA É SINETE NO SANGUE.

 

A língua portuguesa é a quinta mais falada no mundo e a terceira do mundo ocidental, superada pelo inglês e pelo castelhano. Atualmente, aproximadamente 250 milhões de pessoas no mundo falam português e o Brasil responde por cerca de 80% desse total.

Diante disso, a língua portuguesa é instituída como oficial em Portugal, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, Brasil, Moçambique, Timor Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial. Diante da grandiosidade da língua, em países do MERCOSUL é obrigatório o ensino do português como disciplina escolar.

Existem ainda lugares que utilizam a língua de forma não oficial, assim o idioma é falado por uma restrita parcela da população, são eles: Macau e Goa (um estado da Índia).

A dispersão da língua em distintos continentes deve-se principalmente à política de expansão de Portugal, especialmente nos séculos XV e XVI, quando ocorreu a exploração de uma grande quantidade de colônias. Sendo assim, a língua da metrópole foi introduzida e logo se juntou com as culturas locais, formando uma diversidade de dialetos. Essa nova forma de falar o português fora da pátria mãe era denominada de criolo. O português é oriundo do latim vulgar (essa variação era apenas falada), língua que os romanos inseriram em uma região ao norte da Península Ibérica, chamada de Lusitânia. A partir da invasão dos romanos na região, praticamente todos os povos começaram a usar o latim, salvo o povo basco. Nesse processo teve início a constituição do espanhol, português e o galego.

Em sua essência é uma língua românica, ou seja, ibérico-românico, que deu origem também ao castelhano, catalão, italiano, francês, romeno e outros.

O português se diferencia por meio da variedade de dialetos e subdialetos e no âmbito internacional, pois a língua é classificada em português brasileiro e europeu.

E aqui estou tomando como minhas as palavras de Bernardo Soares, para externar o meu apreço e o meu carinho pela Língua Portuguesa.

Posto que elas as palavras que a compõem sejam também para mim (...) “corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas” (...), com as quais se definem e se expressam tanto a minha vida quanto a minha alma.

Fui ter na raiz do idioma Português e transitei pelos maiores expoentes responsáveis pela construção da grande obra da Língua Portuguesa, apenas para me maravilhar, para me encantar, para dar graças ao bom Deus por possibilitar-me ser definido por ela...

E por morar nesta Pátria que é sem duvida a Língua Portuguesa!

E quanto meu bom Deus, eu ainda terei que transitar pelos caminhos contidos nela, pelos caminhos oriundos dela, para poder entendê-la e assim muito mais amá-la?

E por quê?

Pelo fato que é a Língua Portuguesa que me apresenta ao mundo, que o representa á minha visão, que o põe ao alcance do tato, no trato da vida, nos caminhos sem volta de meus antepassados, e nos caminhos etéreos do futuro que me batem intensamente á porta!

Vivo, sinto, penso em Português, e os meus sonhos, a um só tempo assim são traduzidos, codificados, tanto no que denotam, quanto no que insinuam em suas conotações...

Melodias que me vem ao sabor do vento, da voz que me chama á porta, do filho e dos netos que com sorrisos largos, braços abertos, olhos em brasa, e coração tão ternos, me estendem as mãos, quando entram pela minha porta, ou quando por ela ganhamos as ruas em busca de horas calmas... 

E é esta Língua tão cheia de histórias, com um passado tão sólido, com a bravura de homens intrépidos em suas veias e raízes que rasgaram terras e principalmente os mares, na procura de novos mundos, que me faz levantar dia-a-dia, com esperança, num mundo melhor, com gentes com atitudes melhores, onde a busca de felicidade, esteja atrelada á paz!

É para mim uma alegria que meu idioma, a minha Pátria esteja presente em vários continentes, pois assim o resto do mundo tem a chance de saber de mim, de nós!

E a nossa solidão nas travessias marítimas, avolumada pela ausência de nossos bem amados, encontrou casa e guarita em outras paragens...

Hoje, posso ir á Portugal, é estou em casa, assim estarei em casa em todos os lugares em que o idioma Português é oficial ou não pelo mundo...

Estarei em casa porque a Língua Portuguesa é a minha Pátria!

E “(...) Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da perda de mim, em que o gozo da entrega se sofre inteiramente (...) e esta perda de mim mesmo, pelo gozo da entrega de mim mesmo, á outro que me entende o sentido do que sinto, pelas palavras e pelo silêncio das entrelinhas do que digo, traz-me completude, pelo fato de celebrarmos um com o outro uma comunhão plena de sentidos...

Como escritor a esperança de comunhão se faz em mim pela palavra!

E esta comunhão alvo final de minhas esperanças diárias se fazem através de livros, reservatórios, verdadeiras casas para as palavras, das palavras, que a seu turno represam dentro de si, significados, sentidos do tempo em que vivemos, e do tempo em que não estávamos vivos, e projeções de tempos em que nunca viveremos...

Sobe em mim um medo e uma fúria, quando vejo as nossas novas gerações mal dizendo a Língua Portuguesa, esteio de tantas Pátrias, gerações subvertendo a ortografia, corrompendo as palavras, na forma e no sentido...

Sigo Bernardo Soares, “(...) a ortografia também é gente” (...), “(...) A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha (...), fatos que justificam plenamente a urgência e a importância de preservarmos a Língua, e tê-la como Pátria!

Sem falar que é ela quem diz quando ouvida, que mostra quando lida, que nós somos nós, e somos quem acreditamos ser por causa dela...

Sem me apropriar por demais da fala de Bernardo Soares, e sem tocar em Fernando Pessoa, a sua outra voz, cito por fim um escriba daqui das paragens deste lado do atlântico, Joaquim Moncks:

“Palavra é sinete no sangue.”

É preciso dizer algo mais?

 

Serviço:

( 1 ) Rede Sem Fronteiras:

 

91ª Feira do Livro de Lisboa - Programação da Rede Sem Fronteiras, 07/09/2021:

 

LANÇAMENTO LITERÁRIO:

 

Editora do Forte, Editores: Mara Joaquim e Antonio Pereira

Atividade: Lançamento da Coletânea do Núcleo de Literatura Casa das Beiras.

Confira a programação cultural do estande da Rede Sem Fronteiras, na primeira semana da 91ª Feira do Livro de Lisboa, e participe!

Atividades inclusivas aos deficientes visuais e auditivos.

Confira a programação e mais detalhes no blog oficial:  redesemfronteiras.com.

 

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( 2 ) Casa das Beiras Literatura e Arte:

 

Contato:

 

Mara Joaquim – casadasbeirasliteraturaearte@gmail.com

 

( 3 ) – Casa das Beiras do Rio de Janeiro

 

R. Barão de Ubá, 341 - Praça da Bandeira, Rio de Janeiro - RJ,

CEP: 20260-050

Tel.: (21) 2273-1897


Assista abaixo o video de Lançamento da Coletânea do Núcleo de Literatura Casa das Beiras na 91° Feira do Livro de Lisboa, no stand da Rede Sem Fronteiras coordenada por Dyandreia Portugal e Fábio Valverde e equipe:






 

 

 

 


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