"Cadê o nosso tempo" de Carlos Silva, por Edvaldo Rosa



Este post do Recomendomais-edvaldorosa.blogspot.com, é especial, abre espaço para a obra "Cadê o nosso tempo?", composta e cantada pelo escritor, poeta, repentista, divulgador cultural de Caldas de Cipó - BA, Carlos Silva.

Caro Carlos Silva, após a audição de sua obra, olha o que você fez comigo:

"Cadê o nosso tempo?" - Carlos Silva

O poeta, cantor, repentista, divulgador cultural Carlos Silva, apresenta sua recente composição  "Cadê o nosso tempo" via rede social.

Como de regra, tanto a composição quanto o canto, de Carlos Silva, tem um efeito arrebatador aos meus sentidos...

No que tange esta composição, atrevo-me em comentar, posto o frenesi nos meus sentidos...

Aos meus ouvidos, a "queixa" que se canta, e que me encantou diz respeito à coisas imateriais, que dizem respeito mais ao intelecto, e menos aos sentidos presentes no corpo e que carecem dele para serem processados...

A "queixa" é instigante,  onde estão hoje, no agora, as coisas boas que anteriormente foram vividas?

No decorrer da canção fica claro que estas coisas boas, perfazem um estado de espírito que diferem do atual, na maioria dos casos...

Penso que cada momento histórico tem características próprias,  transmitidos pela cultura, pela sociedade que a elabora e por outro viez, cada momento histórico tem  características próprias quando observados pelas suas deficiências e ou suas carências...

Tendo em vista que nunca se alcança um estado de equidade entre os participantes de uma sociedade de forma ideal, a não ser na filosofia, nas artes, por exemplo poética ou musical...

Assim, Carlos Silva leva a um bom termo a sua obra, "Cade o nosso tempo" enquanto poesia, enquanto música...

Mas, embora já  a partir do título, Carlos Silva, se queixe de coisas pertencentes a mais pessoas além dele, levando-se em conta que na letra da canção se manifeste além de um eu lírico, o sentir do compositor, ao qual eu me irmano, tais "queixas" sofrem a ingerência das consciências que às colocam, ou não, sob escrutínio...

E esta interferência não é temporal, além do cunho pessoal?

A vida é como uma tapeçaria, feita de um emaranhado de fios, sofrendo impacto direto, das tendências culturais e temporais...

Assim, aquilo que fazia sentido a certo momento, com o dilatar do tempo, e com as mudanças que inevitavelmente ocorrem, noutro instante não tem o mesmo sentido, ou significado. 

Isso a meu ver nem é um bom  ou mal sinal...

Por outro lado, por se tratar do que se vive, o que motiva as "queixas" de Carlos Silva, é o que ele tem por bagagem, por vivência, e que lhe possibilitou ser o quê é,  e quem é...

Conhecimentos e experiências que podem apenas ser transmitidas oralmente, ou por diversos tipos de registros, mas que em muito diferem de como e quando foram vivenciados...

E convenhamos que viver é dilatar a tapeçaria da própria existência...

Por fim, assola o meu pensamento o paradoxo do navio do Teseu...

Tendo partido de um ponto A para um ponto B, durante cinquenta anos, teve seu madeiramento trocado diversas vezes, pode se dizer que o navio de Teseu é o mesmo de quando iniciou a jornada, cinquenta anos depois?

Assim, para as "queixas" ou sobre elas, de Carlos Silva, podemos dizer que não tem importância e ou significado, se são as bases dele, no ontem e no seu hoje?

"Cadê o nosso tempo" é poesia, canção e arte, é  também uma memória afetiva.

Que cada um tenha a sua!

Mas, custa juntar o que temos de bom em nós, em comunhão e com empatia, em busca de uma convivência humana, comum e equalime?

E quanto ao homem Carlos Silva, ou eu, ou quem me lê,  ou o ouvinte do prezado cantor, a despeito do tempo que vivermos, a despeito do que sentirmos, não seremos os mesmos enquanto valorizarmos o que foi bom para nós?

O nosso tempo, por fim, só existe dentro de nós! 


Edvaldo Rosa


Assistam o vídeo:









Comentários

  1. Carlos Silva é um artista completo, essa canção nos faz recordar e ao mesmo tempo, refletir sobre tempos idos e saudosistas... Bela canção 👌👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

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