Não cabe muito... Gabriel Messias

 

Gabriel Messias



Não cabe muito... Gabriel Messias 


Tenho em mão um pequeno grande livro, "não cabe muito" do autor Gabriel Messias, de 2019, editado pela Selin Trovar, com 15cm e 64 páginas. 

É por estas características um pequeno livro, enquanto a sua grandeza reside na poesia que emana de seus poemas, inspirados e profundos...

Gabriel cresceu no litoral de São Paulo e hoje reside na capital, onde é professor de escola pública. 

Este "não cabe muito" é instigante já pelo título; quanto cabe em um livro?, quanto cabe em um poema?

Qual é a dose de poesia que poderíamos encontrar em um poema?

Ao que tudo indica Gabriel Messias, em sua lavra conseguiu concentrar, no meu entender, grandes doses de poesia em sua obra...

E a despeito de atributos físicos,  este "não cabe muito" é sim um livro grandioso posto que apresenta em seu corpo visões diversas sobre o viver e o sentir...

A existência de amplitude no que se lê é inequívoca... Perfazendo uma bússola confiável para aqueles(as) que se aventurarem em lê-lo...

O autor propõe ou insinua um modo de experimentar a vida logo no primeiro poema do livro, "Devagar"... Um verdadeiro contraponto à vida acelerada em que vivemos...

Fora esta possível receita de como aproveitar a vida, encontramos no passar das páginas, um pouco de nós e de nossas relações interpessoais...

Assim, de poema em poema, o que seria muito ou o que seria pouco, para um livro ou para um poema, é de fundamental importância para os seres humanos...

Este livro, pequeno e grande livro, fala de caminhos, fala de caminhada...

Corpo e alma, tempo, ser e estar, são o escopo desta obra!

E neste exercício de sentir, experimentar,  vivênciar temos um poeta que ao se desnudar, põe à mostra na superfície clara de suas poesias, a nós mesmos...

Como arremate, lemos:

"Procure-se em quem você se mostra."

Gabriel Messias que bom encontrar a ti, assim, tão humano, real, e tão sonho e tão poesia!

E eu, enquanto alguém em que não cabe muito, quanto de mim sou no que mostro, e quanto de mim está como um reflexo de sua poesia, ou no olhar dos outros?

Este "não cabe muito" é uma metáfora do poeta Gabriel Messias, ou um estímulo para que se alarguem o que se toma como um limite?

No que me diz respeito, é livro e arte, é poema e poesia...

Façam uma leitura agradável deste "não cabe muito "de Gabriel Messias, e devagar para que não se percam os detalhes...

Pois, na vida, numa viagem, numa leitura pouco importam o começo ou o fim, mas sim os detalhes vivenciados na travessia!

Em tempo, permitam-me um alinhavo, uma paráfrase:

Este "não cabe muito" de Gabriel Messias traz um alerta, na nossa "Arrumação social" não sejamos tão esquecidos de nós mesmos, que estejamos sumidos aos olhos dos outros, que a nossa poesia nos salve, que as poesias de outros nos dê abrigo!



Edvaldo Rosa 

Poeta e escritor de São Paulo 

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