"Cadê o nosso tempo" de Carlos Silva por Manuel Paulo

Ouvir Carlos Silva na canção "Cadê Nosso Tempo" é dar um salto de gigante às nossas memórias mas também à esperança. "Onde estão os risos de outrora?... O que fizeram das flores?...Onde está a poesia?...Que fizeram dos sonhos?". Cada frase e cada nota saída da sua viola dedilha cada uma das fibras do nosso interior. E ouvir esta e outras canções de Carlos Silva é um apelo permanente à mudança. E aquela voz sonante, carregada de leite e mel, projeta a música e o conteúdo para além das estrelas. Não as do Céu mas as que são só nossas, desenhadas nestes momentos no nosso universo da utopia mas também da esperança. Se não ouvíssemos as canções de Carlos Silva seriamos certamente nós mesmos mas nunca seríamos os mesmos, ou melhor, quando digo: Se não ouvíssemos as canções de Carlos Silva seríamos “certamente os mesmos…” vale dizer também, ”certamente iguais a nós mesmos…”
Termino apenas transcrevendo uma epígrafe retirada do livro que estou a ler: "A Aldeia das Almas Desaparecidas" de RICHARD ZIMLER: Quando uma coisa nos chama a atenção, por algum motivo é - costumava dizer-nos a avó Flor.-De certo modo, poderíamos dizer que aquilo que consideramos belo está a tentar dizer-nos aonde precisamos de ir. E, se não formos capazes de entender essas indicações, podemos extraviar-nos de tal maneira que jamais conseguiremos achar o caminho de volta para nós próprios".

Manuel Paulo Poeta e Escritor Lusófono

"Poeta desde os quinze anos, publicou o seu primeiro livro, "Ponto Final", aos sessenta e cinco.
Seguiram-se outros cinco livros entre 2009 e 2019: "Arca da Aliança", "De olhos Bem Abertos", "Pontas Soltas", "As Coisas da Vida/A Vida das Coisas e "Porque Hoje é Sábado".
Dá à estampa o seu sétimo livro, "Sacudi o Pó dos Pés", visão autobiográfica duma vida de partilha."

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Carlos Silva